domingo, 2 de junho de 2013

Voltando no tempo




Estava tudo programado, tudo ia conforme o planejado até que de repente o despertador toca! E tudo que foi visto não passava de um sonho. Pois é, tem coisas que fogem do nosso controle  principalmente o tempo, e se eu quisesse passar o fim de semana longe do tédio, era melhor se apressar.

Ao ver o amontoado  de roupas sobre a cama, percebi que passara horas a fio sem ao menos ter separado uma única peça para levar na mala o que me era estranho, pois sou bem rápida e prática quando o assunto é viagem. Olhei peça por peça novamente e para cada 10 que via, 9 eram reprovadas, no fim acabei levando o básico do básico sempre é uma ótima escolha, principalmente se você for do tipo que adora encher a mala de lembrancinhas do lugar que visitou. Saí de casa as 10:00 hrs, cheguei na Ilha as 13:00 hrs, apesar da demora ainda consegui pegar aquele solzinho no fim do dia.

Me reencontrar com a praia foi uma tarefa árdua e extremamente difícil, afinal passo o ano todo reclamando da tão odiada "gordurinha" o que me leva a rejeitar certos modelos de biquíni, isso me faz lembrar dos vastos discursos de fulano e ciclano dizendo que meu corpo está ótimo, que isso é pura besteira minha, que tenho que ser feliz e parar de paranoia, tudo bem que existe pessoas que é felizes e motivadas mesmo achando seu corpo lá muito legal, infelizmente não faço parte desse time, quem me desse poder sair na rua sem se preocupar com a quantidade de comida que acabei de ingerir, minha insatisfação é meramente consequência dos maus hábitos alimentares, sei disso, e é justamente por isso que volto a repetir que foi uma tarefa complicada ir a praia.

Caminhei o bastante para repensar no tempo em que não me preocupava com o que vestir ou com o que as pessoas iriam achar sobre o que uso ou deixe de usar, voltei ao ponto de partida e por um bom tempo fiquei sentada na beira da água, apreciando a tranquilidade que o som da maré fazia. Por alguns instantes fui reconhecendo aquela paisagem que me era tão familiar na infância, voltei no tempo. Foi como se estivesse flutuando sobre meu corpo entende? Pude ao longe duas garotinhas, uma delas um tanto mais nova que a outra, aparentemente na faixa dos nove anos, ela parecia feliz, brincava no lugar mais raso, passava a mão pelo cabelo que ia em direção ao infinito de tão longo que era, ah entendi, ela brincava de ser sereia, uma sonhadora e encantadora sereia! tão doce quanto a brisa que tocava-lhe a face suavemente, a dois metros adiante, sentada na areia estava a garota mais velha, esta por sua vez aparentava um olhar nada brilhante, parecia desanimada, confusa e um tanto perdida.

Aos poucos percebi que as duas eram na verdade uma só, a garota com olhar triste ao notar a imensa alegria  da jovenzinha, sentiu vontade de sair correndo em sua direção, quis abraça-la calorosamente e dizer baixinho: - Queria ser como você.


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